sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Я вас любил/Eu te amei



A poesia a seguir trata-se de uma das mais conhecidas, do também conhecido poeta russo Alexander Sergueievitch Pushkin. Encontrei várias traduções em português, mas nenhuma preserva a essência do tema abordado, fazendo ao mesmo tempo uma junção coerente entre rima e métrica. A minha também não está lá essas coisas, mas para mim está bem melhor que as outras... a final fui eu quem traduzi! =P

Eu te amei
(A. S. Pushkin)
Tradução: Мартинс Язык

Eu te amei: e o amor ainda propenso,
De minh'alma não o pude afastar;
Mas se ele não mais lhe trás contento;
Eu não quero jamais te incomodar.
Eu te amei em silencio, desesperançado,
Atormentado em ciúme e timidez sem fim;
Eu te amei tão sincero, e tão delicado,
Permita-lhe Deus que outro a ame assim.


Я вас любил
(А. С. Пушкин)

Я вас любил: любовь ещё, быть может,
В душе моей угасла не совсем;
Но пусть она вас больше не тревожит;
Я не хочу печалить вас ничем.
Я вас любил безмолвно, безнадежно,
То робостью, то ревностью томим;
Я вас любил так искренно, так нежно,
Как дай вам Бог любимой быть другим.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amanhecer

Hoje vi o dia nascer
Mas não havia sol
O céu estava completamente nublado

Mas algo me confortou naquele momento de desilusão
Só posso crer que tenha sido
Aquela guitarra melancólica e os gemidos

Alberto Coimbra Hainal

O Cigarro

Ficando louco
O Dia perfeito
E o poema sem sentido
Escrito com o sangue que corria por seus braços
O gato é um ser místico
Em contato com o outro lado da vida
O poeta esqueceu suas palavras
Saiu e olhou para aquela lua cheia que iluminava a noite
Vamos lá
Vamos lá
Sabe-se lá para onde
E então o personagem se questinou
Se nada tem sentido
Então para que viver?
Por que todo esse sofrimento?
Não seria melhor então simplesmente descansar?
Sem nem ao menos pensar em tal conceito?
O cigarro esfumaçava o quarto
A garrafa de vinho pela metade que pairava a sua frente
Turvou-lhe a mente
E por um momento
Chegou a conclusões
Que logo em seguida abandonou
Os gritos lhe atormentavam a mente
Mas ainda assim via o brilho
O sofrimento lhe dizia algo
Que nem ao menos sabia o que poderia ser
Mas sentia que enquanto houvessem gotas de sangue escorrendo
Deveria continuar a escrever
O amor
E depois não saberia
E então o cigarro se apagou
Para que logo em seguida
Uma nova chama acendesse o próximo
E que assim sucessivamente corresse aquilo que ele nem ao menos poderia conhecer por completo

Alberto Coimbra Hainal

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ir Para Sempre

Partir para sempre
Um paraíso
Lugar onde se possa realmente ser e estar
De todas as maneiras
Esquecer de todo o processo
As palavras que pertubam
Simplesmente ser
A vida é bonita demais para ele
Que já não pode aguentar esses estruturas
Viajou por terras distantes
Universais

domingo, 7 de novembro de 2010

Morte

Queria apenas largar meu corpo de cima daquela altura
Aproveitar aqueles últimos segundos de queda
E depois simplesmente esquecer tudo
Finalmente descansar
De toda essa enxurrada de sentimentos
A fadiga chegou por completo ao meu ser
Amar a completude
Já não podia aguentar o bater de meu coração
Cada batida me deixava mais cansado
As pulsações, o sangue correndo
Toda aquela vida, essa percepção
São-me muito caras
Mas minha alma estava absorta em meio a esse vendaval
E assim, com esse sentimento jamais antes percebido
Fiquei a admirar a imensidão daquela noite negra e sem estrelas

Князь Лев Николаевич Мышкин

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Existe um outra consciência
Na qual naturalmente infelizmente não chegamos
E lágrimas como sempre numa eterna repetição
Mas nesse momento diferentemente dos outros
Brotam de meus olhos
E a vida parece servir somente ao amor
Como algo que jamais se encerrará
Esqueceremos da morte naquele momento sublime
Eu até gostaria de parar esse desenvolvimento no meio
Pois sei que quase ninguém compreenderá esse nível de consciência
Mas os deuses não me permitiram
E portanto sou apenas uma peça nesse jogo lisérgico
Onde o ser não ultrapassa a própria existência
Nessa poesia sem sentido
Em níveis jamais vistos
Eu já não me importo se estou embaixo da ponte
Distanciado de tudo aquilo que um dia me foi consciente
Nesse dia o desconhecido me revelou
Aquilo que jamais vi
E a energia de apenas uma gota de lágrima
Me mostrou que os deuses estavam certos
Quando disseram que jamais poderiamos chegar aos níveis universais
Embora alguns de nós tenham passado a vida toda tentando
Sem que jamais conseguissem
Pois infelizmente
Ou talvez felizmente
Nunca se pode saber
O físico jamais alcançará o metafísico
E assim ficamos nessa busca eterna
Pelo menos vivamos pelo sentimento máximo
E esqueçamos tudo aquilo que criamos
Mas são apenas ideias de um artista velho e louco
Que há muito já deixou esse mundo
Embora ainda jovem
Ouvi o som daquele guitarra nesse exato momento
E acho impossível
Explicar esses sentimentos épicos numa mera poesia
Gostaria que todos pudessem senti-la nesse exato momento
Mas que cada um descubra sua jornada
Dentro de sua própria estrada

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Existência

Já não havia mais sentido em nada daquilo
Lágrimas brotaram de seus olhos
Assim como corre a água pelo rio
Aquele senhor havia percorrido tanto
E aquele jovem que ali havia
Corria pelos campos ideais
Como se o mundo todo fosse irrigado por aquele gramado verde e sem fim
Como se o ar fosse preenchido pelo perfume daquelas flores
Ele percorria aquele tempo sentimental
E esquecia do real
Por isso às vezes não se dava conta de como tudo passava tão rápido
Ao mesmo que extremamente devagar
Estava assim, meio perdido
Como alguém que somente se dá conta depois dos fatos consumados
E ali já não havia muito mais que luto
Pela perda de algo que talvez nem ao menos tivesse chegado a acontecer
Mas quem poderia dizer que não
Talvez somente em sua mente, e ali já seria mais que suficiente
Para que sua chama fosse alimentada
E pudesse ela ao menos aquecer aquele coração que já se encontrava frio
Depois de tanta dor e pernúria
Ele estava vivendo de mortes
Tantas são elas durante a vida
Durante um dia
Até mesmo num mero segundo
Ele perdia-se de tudo aquilo
Encontrava-se fora daquele esquema
Gostava de escrever poesias
E haviam alguns detalhes interessantes
Estava sempre a repetir palavras
Talvez sua vida fosse uma repetição
Escrevia sobre os próprios sentimentos
Mas acima de tudo estava sempre num luto sem causa e sem fim
Como se tal energia já fosse intrínseca à sua existência
Já não sabia muito ao certo por quais ruas andava
Estava em algum lugar qualquer
Mais ou menos ali entre as alamedas onde jazem aqueles que já se foram
Talvez quisesse ir também
Poderia ser essa a sua pernúria
Achava que não pertencia a esse mundo
Ou que esse mundo não lhe pertencesse
Muito ocasionalmente pensava não ter direito à essa existência
Ao mesmo tempo em que a amava por completo
Respostas começavam a aparecer frente à sua face
E ele parecia ter medo do que descobriria a seguir
Estava preocupado demais com um possível e tão abominável egocentrismo que pudesse estar lhe corrompendo
Não queria o centro de nada, mas pensava muito, e com isso achava estar voltado demais para si mesmo
Questões que provavelmente nunca resolveria
Decidiu então apenas seguir vivendo como mais um entre tantos
Quis uma vida simples


Князь Лев Николаевич Мышкин